segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O governo Lula está por um fio

Bom, se é verdade que a causa do apagão foi a queda de uma linha de transmissão, então está correto afirmar que o governo Lula está por um fio. Num governo onde a Chefe da Casa Civil afirma três dias antes que no Brasil não haverá mais apagões e houve, só podemos pensar que DILMA forma ou de outra, os apagões existem.
Meteram o pau no FHC, se elegeram graças à escuridão, gastaram tudo o que podiam, e o que não podiam também, para construir hidréletricas, usinas eólicas e usinas termoéletricas, ampliaram as redes de transmissão e, ao que tudo indica, esqueceram da manutenção. Raio não foi, até porquê no caso da época do FHC já falaram em raio e como diz a lenda, dois raios não caem no mesmo lugar.
Mas o que interessa é a campanha presidencial do ano que vem, o povo que se exploda. Dessa forma, como a turma do Serra dormiu sorrindo com o apagão, a turma da Dilma rogou uma praga tão forte que caiu parte do Rodoanel.
É Serra, quem tem pressa não vai ao longe, perde eleição.
Mas como disse um puxa saco do governo que o apagão foi só um MICRO acidente, vamos esperar, pois quando acontecer o MACRO acidente a coisa vai ferver, ou algo parecido.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

PELÉ SEMPRE PELÉ

Na última quinta-feira, dia 5, teve início a I Copa Dondinho de Futebol, reunindo 8 times com jovens de até 20 anos de idade, em homenagem ao "seu" Dondinho, pai de Pelé. Como não poderia deixar de ser, o Rei do Futebol esteve presente para prestigiar o evento criado pelo seu amigo Manoel Maria, gerente do Litoral Futebol Clube, que pertence ao Pelé. Estive presente não como jornalista, mas como torcedor e fã do sempre Rei, até porquê tenho uma camisa oficial do Santos, da década de 70, e que só faltava nela o autógrafo do meu ídolo.
Tirando o deslumbre do fã, o que realmente chama a atenção é a disposição do homem de 70 anos de idade que ficou mais de uma hora e quinze minutos embaixo de um sol escaldante, de mais de 30 gráus, conversando com os jornalistas, leiam aqui, jornalistas de todas as emissoras de TV e muitos de rádio e jornais, autografando camisas, como a minha por exemplo, e tirando fotos com os fãs, principalmente com as crianças. O fato foi tão marcante que em dado momento um jovem repórter disse: "Pelé, você está aqui há mais de 50 minutos, embaixo de sol e atendendo a todos com calma e respeito, nós às vezes sofremos para entrevistar um jovem craque ou um artistas, de onde vem toda essa disposição?" e o Pelé respondeu:"meu pai me ensinou que se antes de sair de casa eu não estivesse com disposição para atender os jornalistas e o público, que eu não saísse de casa. Então, quando vou sair de casa eu sei o que vou fazer e saio preparado para isso. Sou um homem de três corações. Sei que vocês precisam de mim, mas sou o que sou e muito devo a vocês".
É rapaziada, o homem ainda é uma lição, quando ele disse, há 40 anos atrás, quando fez o milésimo gol, "olhem as crianças", acharam que era demagogia e hoje os presídios estão lotados de crianças daquela época. Quando ele disse: "o povo não sabe votar", falaram que ele não tinha que dar palpite em política, e hoje vemos a corrupção por todos os lados, principalmente entre o povo que vende o seu voto por cestas básicas, telhas ou por R$ 50,00.
Cada vez mais sou fã dele. Ah! Pra não perder a viagem e me garantir na história que ainda vai ser escrita, já tirei uma foto ao lado do Joshua, filho do Rei que já está batendo uma bolinha. Foi só pra me garantir.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

HISTÓRIAS DO ESPORTE QUE NÃO SE CONTAM

1997. À época fui nomeado para chefiar o Departamento de Esportes da Secretaria de Esportes de Santos, compondo a equipe que tinha o Secretário Álvaro Pereira Pinto Junior e mais José Reinato Mendes e Luciano Facciolli. A nossa primeira tarefa era, junto com o então presidente da Fupes, Barreto, convencer o prefeito Beto Mansur da importância em realizarmos os Jogos Abertos do Interior na cidade. Apesar de ser uma promessa de campanha, Beto não via com bons olhos pois achava muito caro a realização do evento. Depois de uma grande batalha, conseguimos mostrar que a realização dos Jogos, que há 25 anos não aconteciam em Santos, no ano 2000, haveria uma forte repercussão na mídia e um grande ganho político para quem o realiza-se. Partimos então, em 1999, para convencer as outras cidades de que tínhamos condições de realizar os Jogos aqui. Num pelotão formado ainda por Negrelli, Alexandre Mantovanni, Lidinei de Castro e Nelson Rico, visitamos mais de 100 cidades do estado conversando com os prefeitos e secretários de esportes, levando um vídeo com imagens das nossas instalações esportivas, o depoimento do Pelé convidando a todos e a palavra do nosso prefeito que se comprometia em dar conforto, segurança e excelentes condições esportivas para todos. O resultado disso foi que em Araraquara, sede dos Jogos de 99, onde aconteceu o Congresso para escolha da cidade sede de 2000, demos uma goleada na votação. Apesar de disputarmos com outras três cidades, a nossa diferença de votos para o segundo colocado foi mais de 50 votos. Alegria, tínhamos conquistado o primeiro passo.
Mas vamos voltar lá no início. Por que o nosso desejo de realizar os Jogos em Santos? Primeiro como satisfação aos nossos atletas que sempre conquistavam grandes resultados em outras cidades e não tinham a oportunidades de se apresentar para a sua torcida, seus familiares e amigos, e quem é ou foi atleta sabe como isso é importante. Segundo porque tínhamos a convicção que trazendo os Jogos para cá o governo municipal e estadual eram obrigados a gastar em infra estrutura como reforma dos centros esportivos existentes e a construção de novos espaços. Uma das nossas esperanças era de que o prefeito cumprisse com a sua promessa e construísse a pista de atletismo que há tempos a cidade reclama. O resultado dos Jogos, ser campeão ou não, era apenas consequência do trabalho. Fomos vice, mas o pior, apesar de reformamos alguns ginásios, como o do Regatas e do Vasco, deixávamos uma péssima imagem para as outras cidades que foram obrigadas a colocar atletas de nível de seleção brasileira no charco que era a pista de atletismo do Sesi. Mais ainda, o serviço médico que prometemos não aconteceu e o que se viu foi a TV, diga-se, ESPN Brasil, que transmitia ao vivo, não poupou reclamações.
Veio 2001, já não estava mais na secretaria, fui então como repórter da Rádio CBN cobrir os Jogos de São José do Rio Preto, onde Santos apresentaria a sua proposta para sediar os Jogos em 2002. Antes da votação, conversando com os dirigentes que conhecia, percebi que Santos não venceria a votação. Comentei com o prefeito Beto e disse que o motivo seria a pista de atletismo. Na hora da sua fala em defesa da nossa candidatura, num ato de esperteza política, o prefeito voltou ao microfone e prometeu construir a pista de atletismo mais moderna do Brasil, eu tenho isso gravado até hoje. Com os votos daquelas cidades que não aspiram muito em conquistas mas que os dirigentes adoram passear na praia, fomos escolhidos por uma diferença de 5 votos.
Outra história que merece ser contada é de como surgiu a FUPES, Fundação Pró Esporte de Santos. Em 1996 um grupo de dirigentes esportivos ligados a modalidades de alto rendimento, ou seja, esportes de competição, resolveram se reunir pois a política de esportes desenvolvida pelo governo David Capistrano dava mais atenção ao “esporte para todos” , com a criação de várias escolinhas e praças esportivas, principalmente nas regiões mais carentes, como forma de inclusão social. A infra estrutura colocada à disposição, a verba destinada e as condições das equipes se preparem para os Jogos era muito precária. Surgiu então a FUPES com o primeiro objetivo de cuidar do esporte de competição, comprometendo-se a gerir com verba própria que seria conquistada junto a patrocínios. Disse primeiro objetivo à cima, pois havia um objetivo obscuro que era o de apoiar o candidato Beto Mansur para que pudessem mudar a política esportiva da cidade. A princípio até que funcionou bem. Com a falta de disposição do prefeito em colocar dinheiro no esporte, os dirigentes se viraram e conseguiram boa parte dos patrocínios, é bem verdade que em certo momento o Beto teve que pegar no telefone e apertar alguns fornecedores da prefeitura para que ajudassem. Mas hoje a FUPES se transformou num cabidaço de empregos, sem nenhum patrocinador, afinal não podemos considerar Memorial e Santa Cecília como patrocinadores da FUPES, pois eles patrocinam as suas próprias equipes e tem em troca isenções fiscais.
Venho a muito querendo contar essas histórias para o povo da minha terra e acho que essa é a melhor hora. Melhor hora porque no ano que vem vamos realizar mais um Jogos Abertos na nossa cidade. A realidade hoje é bem diferente de doze anos atrás. Não temos mais o Regatas e até o início dos Jogos não teremos mais o Vasco e o Saldanha. O prefeito constrói um ginásio na Vila Mathias, temos outros dois na Zona Noroeste, o atletismo deve ser em Praia Grande, a FUPES está desarticulada e a Secretaria de Esportes, que tem um dono, não está nem aí. Mas vamos realizar os Jogos. Somos capazes, os funcionários da prefeitura são extremamente competentes, os atletas, com todas as dificuldades estão aí, e os Jogos vão acontecer. Em mais um momento importante da cidade, com a construção do Museu Pelé, com o crescimento imobiliário e às vésperas de uma Copa do Mundo no Brasil. Por certo Santos estará no foco da mídia nacional, nada pode dar errado.
Agora é hora de unir os cacos e trabalhar. Nossos problemas vamos ter que resolver depois. Já está claro que a FUPES deve acabar. Hoje, se for criado o Departamento de Esportes de Alto Rendimento na Secretaria de Esportes, utilizando-se o Fundo do Esporte para captação de patrocínios e reestruturar a Secretaria, pode-se reduzir a despesa com os altos salários pagos aos dirigentes da Fundação e colocar esse dinheiro verdadeiramente no esporte. Mas isso é pra depois, agora vamos organizar e mostrar para todos somente as qualidades da nossa cidade.

CARLOS MAGALHÃES é jornalista Mtb 32.489